Após o Supremo Tribunal Federal (STF) firmar entendimento pela descriminalização do porte de pequenas quantidades de maconha, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, anunciou uma comissão especial para analisar uma Proposta de Emenda à Constituição.
Já aprovada no Senado, a chamada PEC das drogas criminaliza o porte de qualquer quantidade de droga. A medida agrada a parlamentares conservadores e religiosos.
Na semana anterior, Lira também deu urgência ao projeto de lei que equipara o aborto ao homicídio e tentou avançar propostas que beneficiam a classe política, incluindo o fim das delações premiadas e anistia a partidos por multas eleitorais.
O avanço das pautas conservadoras não significa uma evolução ou um retrocesso da sociedade brasileira. Sinto muito dizer que esse movimento do presidente da Câmara visa tão somente viabilizar a sua sucessão na eleição da presidência da mesa da Câmara em fevereiro de 2025.
É simples, enquanto a bancada evangélica estiver sendo alimentada com suas bandeiras, não se mobilizam para lançarem candidatos próprios à sucessão de Lira.
Três na liderança. Os postulantes mais fortes da pré-disputa no momentosão:
- Elmar Nascimento (União-BA), candidato de Lira;
- Antonio Brito (PSD-BA), o nome do governo; e
- Marcos Pereira (Republicanos-SP), próximo a Lira e com boa relação com o governo.
Lira forte. Elmar Nascimento é o nome preferido de Arthur Lira, de quem é amigo pessoal. Considerado um braço-direito do presidente da Câmara, essa proximidade pode ser justamente o seu calcanhar-de-Aquiles: sua eleição seria considerada a vitória total de Lira. Além disso, Elmar é rival do PT na Bahia, estado onde o partido de Lula é muito forte.