Vários casos de envenenamento de cães estão sendo registrados na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), especializada que investiga casos de maus-tratos a animais na Barra da Tijuca - RJ.
A equipe está em busca de imagens de câmeras de segurança que ajudem na investigação sobre suspeita de envenenamento de cachorros no bairro, especialmente na região do Jardim Oceânico.
Outras medidas incluem o envio de ofícios à prefeitura, para obter imagens de câmeras de rua, e às clínicas veterinárias da região, para que informem sobre cães atendidos com sinal de envenenamento no último mês, o que ajudará a mostrar um ponto em comum entre os casos, conforme informou o delegado titular da unidade, Wellington Vieira.
VEJAM OS CASOS JÁ RELATADOS.
Oficialmente, a polícia recebeu o registro de quatro casos suspeitos de envenenamento, entre os quais há uma morte.
Três desses tutores estiveram na DPMA especializada em crimes ambientais, localizada na Cidade da Polícia, em Manguinhos, na Zona Norte, onde prestaram depoimento no fim da manhã desta segunda-feira.
- Uma das pessoas ouvidas foi a administradora Juliana Salinas, que perdeu sua cadela Mel, uma mestiça de labrador, de 11 anos, há um mês. A bichinha foi internada em 6 de maio, data em que começou a passar mal, com dificuldades em se movimentar.
— Ao fazer exame, (foi constatado que) ela estava com um caso muito grave de gastrite e pancreatite. O pâncreas muito comprometido. Ela também estava com a gengiva branca, (sinal) de dor extrema — lembra Juliana.
Juliana Salinas presta depoimento na Cidade da Polícia; sua cadela, Mel, morreu há um mês
Mel morreu dois dias depois, em 8 de maio, mas sem passar por um exame que cravasse a causa da morte.
Mel, a cadelinha que morreu após sinais de intoxicação, mas a cadela foi cremada.
- Outra tutora ouvida foi a publicitária Izabela Falci Junqueira, de 49 anos, que contou que seu buldogue francês de 14 anos, batizado de Dior, passou mal em 5 de maio, após um passeio matinal.
— Senti que tinha algo errado. Ele estava com muita dor, com o abdômen estufado. Então se levantou, vomitou e não parou mais. O Dior foi internado e lá (na clínica veterinária) informaram que tinham outros cachorros internados com os mesmos sintomas: pancreatite e gastrite severa — explicou Izabel, que ficou "muito preocupada" após saber que aquele era um possível caso de envenenamento.
Atualmente, um mês depois, já em casa, Dior continua convivendo com as consequências dessa intoxicação. Além de ainda apresentar quadros de vômito, ele só consegue comer se os alimentos tiverem a textura de um purê. Para tentar evitar uma nova intoxicação, além da atenção durante os passeios, a tutora ainda lava as suas patas ao chegar em casa.
- O terceiro caso é de Izabela Falci, tutora de cão que segue sofrendo com sinais de intoxicação, mesmo após um mês da internação, mas não temos maiores relatos.
- Já o engenheiro Emerson Pinheiro, de 70 anos, é tutor do vira-lata Beethoven, de 8 anos. O animal de estimação passou mal em 7 de maio, chegando a evacuar sangue, mas já está recuperado, após ficar internado por quase um mês, até a última sexta-feira. Agora, de volta à rotina, sob dieta controlada, o cachorro convive com o medo dos tutores.
— Agora a gente anda com medo, preocupado. Minha esposa leva (o cachorro) com todo cuidado, e não o deixa lamber nada — explica Emerson.
Os casos foram registrados como maus-tratos a cão, crime que tem pena prevista de 5 anos de prisão. Um apelo do delegado Wellington Vieira é que outras pessoas que tiveram cães com quadros de intoxicação na Barra da Tijuca procurem a especializada para registrar ocorrência.