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O lugar menos seguro do mundo é a nossa casa.
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Publicado em 23/07/2023

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Ser mulher é compreender que o lugar menos seguro do mundo é a nossa casa.

 

A residência é o espaço de maior risco para as mulheres: "53,8% das mulheres que sofreram violência afirmaram que o episódio mais grave dos últimos 12 meses ocorreu em casa." Quem afirma o dado perverso é o novo Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O estudo também diz que o percentual apresentou um aumento de mais de 10 pontos percentuais em relação à primeira edição da pesquisa, realizada em 2017, quando 43,3% das mulheres responderam terem sido vítimas de violência em suas residências.

Quando fazemos o recorte para crianças e adolescentes, o número ganha contornos ainda mais grotescos.

"A maioria dos casos de estupros de crianças e adolescentes até 13 anos é cometida por familiares (64,4%) ou algum conhecido (21,6%), principalmente na própria residência (71,6%) das vítimas".

Os paranoicos que insistem em falar em ideologia de gênero e em professores doutrinadores querem justamente esconder esses dados criando um delírio doentio que visa desviar da realidade.

Seria o caso de nos perguntarmos por quê.

Educação sexual nas escolas é educação que visa prevenir violências domésticas. É necessária e salva vidas.

Talvez devêssemos mudar o nome "educação sexual", tão abusado por ideologias de direita e extrema direita, para "educação para prevenir violências".

Os que repetem o engodo de que em todos os casos são os pais sabem e fazem o melhor por seus filhos estão fazendo uso de uma mentira para perpetuar uma dimensão abominável da cultura da sexualidade masculina, que é pedófila desde a base.

Qual o interesse dessas pessoas mentindo e desviando o assunto? Por que querem impedir que a verdade alcance a maioria?

Saber que a casa é o lugar menos seguro para uma criança estar deveria dilacerar todos e todas nós.

 

por Milly Lacombe 

 Colunista do UOL
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